Não sei quantos beijos cabem numa boca. Talvez infinitos. Há os distraídos, os apressados, os que se dão por hábito, e há aqueles que se esquecem assim que nascem. Mas há beijos _ah, esses sim, que não ficam apenas nos lábios. Eles descem pela pele, invadem o peito e fazem morada na alma.
São os beijos dados com amor. Com verdade. Beijos que não precisam de hora marcada, nem de explicação. Beijos que sussurram promessas, que saram feridas antigas, que acendem luzes em cantos esquecidos do coração.
Esses beijos têm um peso leve muito curioso, porque não pesam nos ombros, mas ocupam um espaço imenso dentro de nós. Um espaço que não se vê, mas que se sente cada vez que fechamos os olhos e recordamos. Porque quando um beijo vem carregado de amor, não se limita à carne, ele floresce em memória, em emoção, em eternidade.
E talvez seja isso o mais bonito: perceber que o amor, mesmo no gesto mais simples, tem o dom de nos tornar maiores por dentro.